sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Quem matou a noção?

Estou realmente pensativa hoje. Ou estou durante a semana inteira. Passei um mês quase sem pensar coerentemente. E hoje de manhã comecei o dia bem. Fiquei chocada com a falta de educação de certas pessoas que usam o transporte público de Porto Alegre e não possuem consideração pelos outros que também estão usando esse mesmo transporte. Por que ninguém abre a janela? Disse uma vez uma mulher loira fatal: “Não quero estragar meu cabelo”; e eu lá, quase desmaiando, claustrofóbica que sou. E ainda os que passaram o tempo todo sentados querem ser os primeiros a descer, e te empurram se tu não der as licença pedida. Fora as questões de faculdade: pessoas que ainda vou descobrir quando eu me formar, qual o motivo que as fez ficar quatro anos numa universidade olhando besteiras numa aula de Jornalismo Digital. Tá, pode ser que ficar olhando um blog com histórias de ninfetas não seja, mas naquela aula, não era relevante.

By the way, há uma semana, se intensificando hoje, todo mundo nesse país tropical está comentando e se perguntando, afinal, quem matou Taís? É que, bom, se tem alguém que não saiba, feliz dessas pessoas, mas o Brasil inteiro está se reunindo e tentando discutir quem matou a tal. Volta e meia, ouvia alguém comentando isso ao meu redor.Tudo bem, tem gente que até ficava falando pra tirar sarro, mas na minhas aula de ontem, alguém teve a feliz idéia de largar um “quem vocês acham que matou a Taís?” O engraçado que foi num momento de silêncio, e que a pessoa estava falando sério. Hoje, na mesma aula de Jornalismo Digital, enquanto meu professor ficava indicando endereços de sites beeem legais, tinha alguém, na minha frente, olhando as notícias do G1 sobre quem matou a Taís. No Jornal do Almoço da RBS, a ‘menina do tempo’ estava na Redenção e entrevistou alguns perdidos pelo parque em busca da resposta para a pergunta mais filosófica do ano. E até um cara, se não me engano era corretor de imóveis, foi localizado como sendo o sósia do Olavo (personagem do Wagner Moura na novela). Diz ele que, depois da novela, as pessoas passaram a comentar e muito sobre sua semelhança com o ator. Se não me falha a memória, o Wagner Moura não é de TV, lógico que público de novela e do tubo de raios catódicos não sabia quem ele era: excelente ator de cinema e que estava no recém Saneamento Básico - o filme (do Jorge Furtado). Ou melhor, no mais último ainda Tropa de Elite. De quem é a culpa ? não sei. Outra pergunta como matou a Taís. Pelo menos essa todo mundo vai ficar sabendo hoje à noite. Milhares de pessoas se reúnem para saber-discutir-procurar-etc quem matou a parte má da Alessandra Negrini, como se isso fosse um fato realmente relevante para a realidade da população. O Renan? Ah, não interessa mais. E a resposta da minha pergunta ficará no vácuo por mais algum tempo.
Não critico novelas. Muito pelo contrário. Acredito no potencial artístico que algumas delas carregam, como a Vidas Opostas, da Record. Excelente roteiro e atores. Uma proposta diferente para quem se acostumou com a mesma fórmula de sempre. Se bem que o lance do ‘quem matou quem’ estava demorando para reaparecer. O último foi ‘quem matou Lineu?’.

Mas até a (ó) tão conceituada RBS - parte jornalismo - entrou no saco da novela. A já citada menina do tempo e o Lasier papel Martins encerando seu comentário político (que aliás, ele e o Paulo Santana não fazem mais comentários né) perguntou a Ranzolin a mesma pergunta que eu vejo todo mundo fazendo.
Ok, em tempos de escolha de O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias ter sido escolhido para representar o país no Oscar, o troféu nonsense vai para?

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Renan Calheiros e sua definição de Voto Aberto


Imagine um homem como esse aí da foto. Só podia ser político pela pose. E na situação da política nacional só poderia ser pose de Renan Calheiros. Essa é a melhor foto que um fotógrafo conseguiu fazer dele. Deve ser atual. Está no Estadão de hoje. Mas, pelo peito estufado, não me admira ter proferido a seguinte frase: "Então, o voto secreto é uma conquista da democracia"
Ok. Nós também achamos que é democracia votar em alguém para ser Senador, representando nosso estado para não saber, num caso como esse, no que eles votaram: absolvição ou cassação.
Nem queremos saber mesmo. Afinal, não interessa nem um pouco. Não muda nossa rotina.




terça-feira, 25 de setembro de 2007

O que é liberdade?


Assim que eu terminar de ler um dos livros mais interessantes escritos por um jornalista que eu já tenha lido (Deus é Inocente, a Imprensa Não - Carlos Dornelles), explico meus motivos anti-Bush e anti-política americana.
Fonte: Folha Online

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Eu, egocêntrica

Resolvi dar um tempo nas minhas indignações políticas. Parei para analisar tudo isso. Toda essa merda que me rodeia.

Então, estou fazendo umas análises freudianas das pessoas. Acredito que os valores da sociedade estão todos perdidos ou eu sou bem velha. Na verdade, assim como o Juremir, eu já nasci velha. De criança, a única coisa além da estatura e cara que me faziam ser criança mesmo, era a minha paixão pela Barbie. Hoje eu acho que eu era meio egocêntrica, mas não, hoje sei que a minha maior qualidade são os pensamentos que meu cérebro sustentam. E desde criança. O primeiro livro que eu li foi Mário Quintana e com 12 anos já tinha fascínio por Machado de Assis. Depois claro por Marx. E, não sei porque, mas todas as pessoas que simpatizam por Marx antes do Adam Smith recebem estereótipo de bicho-grilo. Ainda mais de um dia tu fizer Ciências Sociais, nem que por um semestre. Mas ainda tem pessoas ignorantes que acham que olhar para a história e admirar velhos lutadores, a grande maioria com tendências socialistas, é anacronismo. Que o diga um jornalista aí que escreve num blog de política gaúcha. Pena que estudantes de humanas são estereotipados assim. E ele manda: “alguém avise a eles que o Muro de Berlim já caiu”. Parabéns. Cegos em meio a essa sociedade, quem levanta a voz é socialista, marxista e etc. Lutar e exercer a cidadania é coisa de socialista que ainda não foi avisado. Só o Che virou pop.

Não vi a palestra do Mainardi na PUC, mas em tempos de Internet, o Youtube me contenta. Triste ver um cara estimado como ele falar certas asneiras como a de que o diploma universitário não é importante. Mais triste ainda é ver estudantes de jornalismo batendo palmas considerando belas as palavras do ‘ícone do jornalismo brasileiro’. Ocorreria o mesmo da UFRGS? Ou só na PUC, em que os alunos se orgulham de serem mais uns robozinhos prontos para serem abraçados pela RBS, acontece isso?

Sinto saudades do meu tempo nas humanas em que o pensamento era bem-vindo. Mas, ainda acredito num outro jornalismo. Ok computer.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Vergonha Nacional = Senado

Nesses últimos dias, com a falta de vergonha na cara de certos políticos, nós assistimos incrédulos a esses julgamentos que não dão em nada. Nada ocorreu com os mensaleiros. Nada ocorreu com o Renan.

Isso mostra a mais nova casa-problema do país. Não é o BBB, é a casa da Vergonha Nacional.

Quanto mais links para o Senado com o nome Vergonha Nacional, o Google indexará o termo como primeira referência.

Tinha que fazer isso. Há vários blogs que estão postanto vergonha nacional lincando com o Senado. Vi no Nova Corja, no Grande Abóbora e no Enfim. Parece que a campanha começou com o Rodrigo Stulzer.

Verifique buscando no Google.

Vamos lá, pelo menos a blogosfera se une e mostra alguma coisa.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O Congresso morreu

Ou o Congresso morre ou morre o Renan.
O Congresso morreu.
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Muda. Foi essa a minha reação quando fiquei sabendo da absolvição de Renan Calheiros ontem à tarde. Não acreditei. Fui conferir no site da Folha o que meu chefe tinha me falado. Que vergonha. O URGENTE estava lá, piscando em vermelho com a manchete confirmando o que eu não imaginava que aconteceria. Mas no fundo, tratando-se de Brasil, estava quase (quase porque eu não falo, mas sou esperançosa) certo que isso terminaria assim. Como sempre foi antes. Que pena. Infelizmente, depois disso confirmei o que há tempos eu tentava achar motivos para negar. Não vai mais dar certo. Não sou pessimista. Virei realista. Não vou falar ‘que absurdo’ pois todo mundo está falando, todo mundo fala isso e depois vira a cara. Sim, digamos que o Congresso não é nada. Sim, claro, devem pensar que é muito longe e não afeta ninguém. Mas disse Ricardo Berzoini “o Senado vem contribuindo de forma decisiva para o país”. Ah, tá! Por isso o Renan foi absolvido.

Aham.

Foi absolvido porque há uma história bem conhecida. Ele talvez conheça muito bem e se encaixa num protagonista muito bem adaptado. Renan Calheiros e os 40 ladrões.

Os senadores gaúchos afirmam que votaram pela cassação.
Pedro Simon – PMBD: mesmo partido que Renan. Siiiiim, ele ia fazer isso.
Sérgio Zambiasi – PTB: acredito que ele não votou pela absolvição. Mas foi um dos que se calou. Um daqueles 6.
Paulo Paim – PT: Se o Lula não fez nada e se manteve neutro, o que esperar de um senador petista?

Em tempos de comemoração do 20 de setembro, maior dia do orgulho gaúcho, eu gaúcha, não tenho nenhum orgulho desse estado e de seus eleitores que nada fazem. Aliás, não fazemos muito coisa há muito tempo.

Depois disso ficou claro para quem quisesse ver e entrou para a história que não existe mais esquerda no Brasil. Na verdade, desde que o PT tomou o poder maior, desde que Lula deixou de ser o homem que lutava pelo povo, desde esses tempos não existe mais esquerda. Talvez a esquerda nunca existiu na política. Alguns intelectuais teimaram em dizer o contrário ou eles mesmos se posicionar a frente de ideais socialistas.
Tanto é mentira que o lema “Ordem e Progresso” nunca foi discutido como um ideal positivista e burguês.

A imprensa seguiu na ‘imparcialidade’.
Que pena.


Outra coisa. Achei o maior fim o que fizeram com os deputados que tinham permissão para entrar. Muito mais com a Luciana Genro. Não que eu simpatize com ela, mas ceixe ela lá. Filha do PT ela ainda conserva o o que eu achava que o PT tinha.

E sábado eu tenho aula de Ética. Engraçado, todos alunos da PUCRS tem essa cadeira. E daí, a gente lê aqueles textos pobres sobre ética e enxerga um absurdo desses na mídia. Se o que aconteceu não é Ética, eu sou uma pessoa muito boa. Mesmo que durante minha aula hoje de manhã tenha compactuado com minha colega de que 'fuzilaríamos' meio mundo.
O meu totalitarismo é bem benéfico. As pessoas que minha cabeça explodiria são pessoas bem......procurando palavra......inúteis numa faculdade de jornalismo.

Tá, às vezes nem eu sei porque eu faço jornalismo.
Por favor, se algum estudante/jornalista ou qualquer um ser social pensante ler esse simles e modesto blog que não tem outra função para sua existência a não ser representar mais um domínio para a Internet e um usuário para o Google gerar mais cifras (ufaa, frase longa não pode haha) leiam esse livro: " O beijo de Laumorette " do escritor Robert Darnton. Preciso de alguéwm para comentar visto que eu sou a única pessoa que tenho notícia que leu esse livro. Um dos melhores livros que já li em toda minha vida.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O PT de ontem, de hoje e de amanhã

O PT é um partido que nunca deveria ter ganhado uma eleição para presidente do Brasil. Muito menos, reeleição. Poderia ter ficado no governo dos estados, nas capitais e cidades país a fora, mas Presidente da República, jamais.
Por que? Oras, o PT nasceu com o intuito de ser o Partido dos Trabalhadores. Dãaa, vide sigla. Tá, mas deveria ser dos trabalhadores, do povo, para o povo. Hoje em dia, ele pode ser para qualquer coisa, menos para quem trabalha, porque nem eles (petistas) trabalham.

Recapitulando. Quando o PT surgiu, com a figura de um humilde trabalhador barbudo de nome Luiz Inácio da Silva, vulgo Lula, mais vulgo ainda Lulla, ele era aclamado em debates, em comícios, em qualquer palanquinho político. Os utópicos socialistas sonhavam que aquele homem de idéias fortes e honestas pudesse governar a nação. O país nas mãos dele daria certo. Iria para frente. A corrupção não teria vez. Os trabalhadores iriam ser honrados. O povo ganharia uma chance nunca oferecida. Mas, aquele homem analfabeto teve vários inimigos e obstáculos em seu caminho. Da Globo até um certo intelectual conhecido como príncipe dos sociólogos. Mas, em 2002, o povo cansou de vários estereótipos de presidente e elegeu ele, sim, o 'Marx dos novos tempos'. Marx a essa hora se revirou na tumba e jamais me perdoará pelo sarcasmo, até porque, de Marx o homenzinho só sabia uma frase e a colocou fora do contexto.
Lula, o metalúrgico analfabeto que tinha fome de luta, remou anos até andar no seu próprio jatinho. O barbudo ganhou as eleições numa época em que o povo estava desiludido e via naquele homem a última esperança. Todos sabem que o Brasil é um país de nomes. Então, o único nome na cabeça das pessoas, que martelava há décadas, era Lula. Ainda não era Lulla. Contra ele, só os fiéis tucanos, conservadores, os de direita. Os que não gostavam de revolução. Os positivistas que acreditavam na Ordem e no Progresso.
Mas a grande maioria foi de vermelho. E de lá pra cá, todos sabem o que vem acontecendo. Infelizmente.

Infelizmente porque o PT nunca deveria ter ganho nada. Assim, ainda restaria uma pontinha de esperança. Ainda teríamos exemplos de luta, de vontade, de revolução, ou pelo menos, de vontade de lutar. O PT podia saber tudo de teoria política, mas quando entrou em contato com o PODER, esqueceu da cartilha da ética.
Mas e agora? Que líder político temos? Em quem confiar? Em quem se espelhar?

Todos nós, deixando de lado nossos posicionamentos políticos e fazendo uma análise weberiana dos fatos, nem que seja inconsciente, sabemos que no Brasil, a esquerda não existe mais, a direita é burguesa e enfeitada, e os novos socialistas são o PT de antigamente.

Recém iniciado o novo mandato, Lulla assiste de camarote as indicações para o sua sucessão. Quem, em sã consciência, elegeria Marta Suplicy? Que ela não utilize do fato de ser mulher para iludir uma nação. Até porque, brasileiro tem uma memória muuuuito curta. Ela até pode utilizar em sua campanha um slogam do tipo: "Vote Marta, assim você relaxa e goza".

Outros nomes estão nessa reportagem da Folha.

Então, quando é que os proletários do mundo inteiro vão se unir para exigirem que a verdadeira ideologia entre em cena?
É o que eu sempre digo: não é só porque as idéias de Marx deram errado que as de Adam Smith estejam totalmente corretas.