quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Fale alguma coisa, Adam Smith
O pacote de 700 bilhões de dólares represanta o quê, na verdade?*
1) permite eliminar a dívida externa de 49 países mais pobres (375 bilhões) e ainda sobraria outro tanto;
(2) representa quase seis vezes o total de ajuda externa para se atingir todas (sim, todas) as chamadas "Metas do milênio" em pobreza, educação e saúde (gasto estimado em 150 bilhões);
(3) representa oito vezes o total da ajuda externa atualmente oferecida (que é de 104 bilhões anuais);
(4) é suficiente para erradicar toda a pobreza do mundo em dois anos (o PNUD calcula em 300 bilhões de dólares o necessário para tirar da pobreza toda a população mais pobre que sobrevive com até um dólar por dia);
* observações feitas pelo professor e sociólogo Zander Navarro
Talvez seja esse o momento do surgimento de uma nova ordem. E isso não é filosofia utópica.
“Se todos tivermos direito a uma vida digna, quem se preocupará em acumular dinheiro?"
Fomos obrigados a acreditar que essa lógica é natural. Fomos obrigados a aceitarmos o fato de diariamente sermos lapidados para nos tornarmos peças do mercado de trabalho. Mercadorias. Parece natural que tenhamos que ser alienados em relação à vida que temos. É o momento para pensarmos a vida (material) que temos. E querem nos tirar essa oportunidade de nós mesmos construirmos, com o direito que realmente temos no mundo.
Leitura imprescindível
Thanks, Anna, pelo link!
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Declaração utópico-pirata sem apêndices
O twitter vai matar meu blog. E tenho dito.
Essa era de micro-blogging te faz postar pequenos comentários ao longo do dia, somando sei lá quantos updates em uma hora, deixando de lado o maior espaço do blog. Os 140 caracteres me vencem.
Óbvio que isso só pode ser constatado empiricamente comigo.
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Há duas coisas que me irritam, no momento*,
1) Gostaria que, em algum dia, o secretário de Gestão da prefeitura de Porto Alegre fizesse um tour entre Mercado Público e Campus do Vale utilizando como meio de transporte aqueles que ele afirma rodarem com apenas 30 por cento da capacidade. Pegar um D43 entre 07:30 e 08:30 da manhã, ser feliz se o motorista não falar "mais um passinho para fechar a porta" e ter 'boa viagem'. Não sei se isso o ajudaria a mudar de idéia em relação ao programa Portais da Cidade. Programa por sinal que não beneficiaria a quem deveria: quem utiliza o transporte coletivo. Eu só espero, um dia, poder me mandar daqui porque se agora o trânsito já está caótico e se pegar ônibus é viver uma experiência diária de enlatados com um Tri na mão, pela lógica do sistema, as coisas tendem a piorar. E daqui uns meses, quando a passagem aumentar, já que Fogaça será reeleito, creio que o bolso de quem é estudante também vai piorar. E isso me dá muita raiva nesse exato momento. Não que Manuela, Maria, Luciana ou Vera (tô feminista, não citarei os candidatOs) fossem resolver algo. Mas...
2) O que os marketeiros políticos fizeram demais com a Manuela, essa gente fez menos com a Maria do Rosário. Aquele carro de som com um “chega de José, agora é Maria” é de uma inteligência absurda.
E a Juliana Brizola pretende ser vereadora com um slogan: “Vote na neta de Brizola”.
Continuo olhando e não entendendo. Na verdade, não digerindo.
* Beco, revista do Beco, Carol Teixeira filósofa e pessoas com lenço palestino também me irritam, no momento.
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Mais do que nunca, nesses momentos da vida entre eleições, Wall Street e Obama X McCain e uma observação básica nas conversas inúteis das pessoas que serão jornalistas em menos de dois anos no saguão da Famecos, a solução, mesmo que temporária, é desligar o computador, ler o T.A.Z em 90 minutos e dedicar os momentos seguintes para ver “O que fazer em caso de incêndio”. Opções mais agradáveis – e
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“Eu vos digo: é preciso ter caos ainda dentro de si, para poder dar à luz uma estrela dançarina. Eu vos digo: ainda há caos dentro de vós.”
Não foi dessa vez que meu blog morreu.