segunda-feira, 30 de junho de 2008

Hora de trocar os pincéis

A vida não é um ensaio. Pelo que sabemos, você só tem uma chance e deve fazer suas escolhas baseado em qualquer posição moral, filosófica ou política que vier a adotar...Você faz escolhas durante sua vida, e elas são influenciadas por considerações políticas, por dinheiro e pelo lado obscuro de nossas essências. Você tem, de certa forma, a chance, por menor que seja, de tornar o mundo um lugar mais alegre ou mais sombrio. Todos temos a oportunidade de transcender as tendências a seros complicados, cruéis e gananciosos. Todos fazemos uma pequena marca na pintura da vida.
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The Dark Side of the Moon sempre surge para me mostrar como a vida pode ser uma pintura impressionista. Como uma página pode ser virada e, do outro lado, surgir um La Seine à Asnières.
Pink Floyd tem algo de mágico. Música tem alguma magia presente nela. Parece que toda existência humana é uma desculpa para ter uma trilha sonora.
É só seguir a verdadeira sinfonia que a estrada encolhe, o caminho fica mais agradável e o sol brilha. Parece besteira, mas não é. É redescoberta de sentimentos. É felicidade desesperada para se libertar. By the way, LIBERDADE. É disso que o mundo precisa. Se libertar de conceitos caretas, de falsos ideais e de objetivos fúteis. Num primeiro momento, pode parecer doloroso. Afinal, é mais fácil receber tudo pronto. Mas não há nada mais magnífico do que ser free as a bird.
Por isso, retomei a minha trilha sonora original. E não há mais agradável que (re)começar num último dia de junho, sol, lar doce lar e Pink Floyd Live at Pompeii.
É disso que o mundo precisa. Levar a sério a frase do Roger Waters lá em cima e ser mais experimental, mais 'progressivo'.
P.S: E, num encontro oportuno com Fernando Pessoa, "é sempre melhor o impreciso que embala do que o certo que basta".

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Qual é o sinal da libertação? Não mais se envergonhar diante de si próprio.

Faz alguns dias que eu to vivendo no automático. Diria semanas, mas não quero me comprometer. Automático porque é acordar - faculdade - estágio - faculdade - dormir (tá algumas atividades nada estimulantes no decorrer do dia: comer em cinco minutos lanches da padaria barata e sem graça da esquina).
Definitivamente essa não sou eu. Definitivamente essa nunca foi a Eliane que eu achava que seria com 20 anos, 6 meses e 23 dias. Daí eu falei uma frase hoje de manhã para alguém, aquela máxima do Niezsche, "Torna-te quem tu és". Não quero descobrir que eu sou assim. Mas, na real, estou me transformando em quem eu não sou e não me tornado quem eu sou.

Automático porque tu acorda e pra tudo mundo tu olha e diz: "Oi, tudo bem?!". Não, mundo, não tá tudo bem. Quer me ouvir? Não, ninguém tem tempo. É verdade até porque eu não queria/não tenho tempo. Relógios! Pior invenção moderna.
Sim, porque se não existissem relógios eu não esperaria o dia seguinte para fazer/esperar fazer as coisas que aconteceram no mesmo horário do dia anterior. Eliane, oi, tempo não se repete. Só na invenção humana.

Humanos. Pessoas. Parei de tentar entendê-los porque é muita gente junta. É melhor tentar entender uma pessoa do que uma humanidade. Mas não vou fazer isso comigo mesma.

Automático porque somos criados/educados para agir dessa maneira. Não há espaço para pensar. Ao menos que alguém pague a conta do analista quando tu estiveres na pior.
Na pior em Paris e Londres é um livro bem bacana do Orwell, mas eu não estou nem em Paris nem em Londres. Estou numa provinciana Porto Alegre. É pior estar na pior aqui?

E quando uma parte de mim quer sair do automático, simplesmente todas as parte do meu 'eu' entram em colapso. Um turbilhão pior que o do nosso amigo Saint-Preux, na Paris de Rousseau.

Daí tu tem uma vontade enorme de dizer pro mundo parar. Sim, páre o mundo que eu também quero descer. Mas ninguém ouve. Tu espera que um ser celestial ou forças não racionais façam alguma coisa. Excesso de racioonlaidade, às vezes, é se tornar besta porque elas realmente existem (as forças) e elas estão brincando comigo. Rindo da minha desgraça (precisava justificar e tirar a culpa das minhas costas como para dizer que se o fracasso e a ignorância tivessem um articulador. Oras, Eliane, onde está teu apreço pela cientificidade?)

A Anna escreveu num post dela essa frase: Fernando Pessoa citaria, em uma das crises existenciais de Fausto, que 'Quem sente chora, mas quem pensa não'". E eu lembrei do diálogo que Irvin D. Yalom criou para Nietzsche com o Dr. Breuer em Quando Nietzsche Chorou:

"Aqueles que desejam a paz de espírito e a felicidade têm de acreditar e abraçar a fé, enquanto aqueles que desejam perseguir a verdade devem renunciar à paz de espírito e devotar sua vida à investigação".

Dizem que a gente só sabe quando fez a escolha certa lá no fim da vida, tipo o poema de Jorge Luiz Borges, Instantes, poema esse que já postei aqui no blog. Daí tu vê toda a tua vida e percebe se fez ou não a escolha certa. Mas tem que existir um jeito de saber, pelo menos uma parte, antes. É um peso muito grande para se carregar sozinho, ir levando, ir vivendo (ou ir existindo). Então, se eu viver até uns 80 anos, 50 ou 30, vou saber se ter escolhido o tormento foi melhor. Mas como? Só existe um caminho a ser vivido! Não existem outros caminhos e uma segunda opção para a história. Então, não é o caminho que influencia, é tudo o que tu fez pelo caminho que vai influenciar.

É hora de pegar uns desvios. Que desvios se essa estrada não tem desvios? Ir levando e se acostumando que tudo está so far way?

Diriam os mais sábios que estou dialogando com a esperança.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Post sem título adequado

Um tempo considerável passou desde sexta e eu ainda não me manifestei. Humm.
Muita gente não se manifestou, né?! Daí a gente diz que tem 'outras' coisas para se preocupar. Oi, fui irônica. Tem idéia do que é começar uma semana com I feel it all e terminar morrendo de vergonha de morar num estado como o RS? Sempre tem alguém pra tirar a emoção da vida. Ok. Então, vou lá porque a emoção voltou já que descobri ontem de manhã que Hunter Thompson salvou minha vida, minha dignidade acadêmica e meu futuro como jornalista. E é dele a frase para estampar essa vergonha.
"Em uma nação governada por suínos, todos os porcos sobem na vida - e o resto de nós está fodido até que possamos nos organizar ".