terça-feira, 18 de março de 2008

Tudo dentro de um ônibus...

Quando eu entro em um ônibus sem meus fones de ouvido, alheia ao resto das coisas (como todo mundo), tenho a oportunidade de conhecer pessoas como o Pietro e o Rian. Eu os conheci ontem, voltando do Vale. Passava das 22h e corri pra pegar o D43 que já estava saindo. E claro, eu não seria eu se não tive entrado no ônibus super desastrada e cheia de coisas. Apoiei minha bolsa pra guardar o maldito cartão do TRI e fiquei observando os livros que estavam na mão do cara sentado na minha frente. Um era sobre a chacina da Candelária e o outro era uma reunião de poesias do Drummond. E eu, como sou metida, fiquei lendo junto. O cara em questão era o Pietro, que se apresentou depois, juntamente com seu amigo, sentado ao seu lado, o Rian. Pessoas legais pedem pra segurar as tuas coisas. Não sei se eles seguraram pra mim por isso. Mas acredito que sim. A conversa entre nós começou depois que um deles leu A dança e a alma, do Drummond, e pediu se podia ler pra mim. Eu ia lá negar alguém declamando Drummond?! Daí até eu descer, na Osvaldo, ficamos conversando e discorrendo filosoficamente sobre a dança, sobre a alma, sobre dialética (aristotélica, heggeliana e do velho Marx), sobre Drummond e sobre a Fátima Bernardes. Uma coisa nada a ver com a outra, mas no contexto que aconteceu, foi divertido. Lição: em todo lugar você pode encontrar pessoas legais, basta estar disposto. Se eu estivesse com meus fones, a todo volume, provavelmente deixaria de conhecer essas duas pessoas tão legais e que são meus colegas de IFCH! Quando o ônibus parou na PUC, adicionamos outra pessoa ao nosso grupo! Essa eu não lembro o nome porque mais riu das nossas besteiras do que o resto.


Dança e a Alma

A dança?
Não é movimento,
súbito gesto musical
É concentração, num momento,da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,nele amaríamos ficar.

A dança - não vento nos ramos:seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,

novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolas

sem fugir a forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.


Ainda no D43, que coisa maravilhosa esse TRI, vocês não acham? Acho que os idosos, principlamente, também acham. Sabe por quê? Ontem, não voltando que esse texto não está em ordem cronológica, e sim, indo pro Vale, uma senhora estava cambaleando no corredor pra poder chegar até os acentos preferencais, aqueles vermelhinhos, lá no fundo do minhocão....
Só que eles estavam ocupados por pessoas que podiam ser jovens de espírito, mas não tinham mais de 60 anos. Pasmem, só depois que alguém chamou a atenção de quem estava nesses bancos, uma garota levantou e cedeu o lugar, se desculpando: "não vi a senhora aí...."

Aí eu penso que os milhões gastos com isso foram furada. Furanda porque os ônibus são um lixo, o trânsito é um caos e sinônimo de modernidade não é só isso.

11 comentários:

Samir Oliveira disse...

Concordo plenamente. O TRI foi a pior coisa para o transporte coletivo de Porto ALegre. Com seus assentos reservados lá no fundo, os idosos passam muito mais trabalho. Isso se conseguirem lugar né, pois ou toda a população da cidade é daltônica e não consegue distinguir os assentos vemelhos dos demais, ou são um bando de egoístas mal educados mesmo. Eu fico pasmo com essa situação, sempre cedo meu lugar aos idosos, mesmo não estando numa poltrona vermelha.

Ah, ou eu estou lendo, ou ouvindo música no ônibus. Ainda não tive a oportunidade de conhecer alguém apenas por esse contato ehehe, mas deve ser interessante. Ainda mais em meio a declamações e papos cabeça.

Legal o texto!

Anônimo disse...

Oii mocinhs,tudo bem???
Pô, pior mesmo, faz teeempo que a gente não se vê. Acho que é da época que tu me ensinava que a fita rodava... hahahaha
Bah, que legal que tu entrou no Sopa. Agora, visitar-te-ei mais vezes, com certeza. Vou até te linkar já.
E a vida, como está? Tá na prefeitura ainda?

beijão, te cuida
Ah, e muito obrigado pelos elogios =D

Luana Duarte Fuentefria disse...

Duas coisas:

O Tri foi a pior coisa que o chefe Fogaça inventou.

E as conversas ao acaso com desconhecidos foi a melhor coisa que as relações humanas já inventaram. Grandes amizades nascem por aí.

Amanda S. disse...

Tu já sabe minha opinião sobre o TRI. Se alguém está satisfeito com isso, é alguém que perdia diretamente com as fichinhas que eu vendia no Mercado pra pagar minha cerveja. E SÓ.

But uaréva, foi o que eu te disse, não adianta a gente querer exigir horrores da Prefeitura, a culpa não é só deles. Acho que a intenção era boa (serei forte e não citarei que de boa intenção o inferno está cheio, hehe), mas se o povo é mal educado, a gente não pode achar que a culpa é só do chefinho, LUANA. ehehehe

Outra coisa: sobre dialética (aristotélica, heggeliana e do velho Marx), sobre Drummond e sobre a Fátima Bernardes.

Aristóteles, Hegel, Marx, Drummond e Bernardes no mesmo texto, só contigo mesmo huahauhauaha

Feliz Páscoa, corre e vê o poeminha que a Fernanda fez para a sexta-feira santa no meu profile, ahahahaha

=*

Bruno Pommer disse...

Peraí. Não defendendo o TRI, que mal chega a boa intenção, mas tem duas coisas que ficaram de fora da "análise". Primeiro, que todo mundo sempre sentou em assento para idosos, principalmente no universitária, linha freqüentada por gente jovem e de educação de alto nível. Segundo, pelo menos agora não tem uma HORDA DE ENTREVADOS se atropelando no começo do ônibus e atrasando todo mundo.

Eliane! disse...

Bruno
olha só, meu post não pretendia analisar toda a situação do TRI, então esse fora de análise é equívoco. Quem tu te refere horda de entrevados? aos idosos ou estudantes? estudantes continuam e aos montes já que o sistema do TRI demora pra ler. E os idosos, pô, fazer eles caminharem até lá atrás?

Luana Duarte Fuentefria disse...

É culpa do chefinho sim, dona Amanda! Ele que escolheu mal seus assessores (que não andam de busão)
hehe

Carolina Tavaniello P. de Morais disse...

Normalmente eu detesto que puxem papo no ônibus, ou porque estou lendo, ou ouvindo música ou com sono. Mas assuntos interessantes numa manhã sonolenta ou na volta para casa ao meio dia, com a barriga roncando de fome vêm em boa hora.
O TRI é um empecilho para quem está com pressa. E os idosos ainda precisam atravessar o ônibus e dar de cara com pessoas sem educação e sem vergonha na cara, que ocupam os acentos destinados aos que têm 60 anos ou mais.
Tá tudo invertido!
Beijos, ótimo texto!

Amanda S. disse...

Olha, considerando que são 19h20 e eu estou trabalhando ainda, editando pela 47ª vez o que o chefe fala, sim, é culpa dele. TUDO É CULPA DELE ¬¬

Amanda S. disse...

Bom, a horda de entrevados que atrasa todo mundo agora envolve gente jovem de altissíssima educação E IDOSOS, visto que aquela máquina irritante só funciona depois da nona tentativa de passar aquele cartão eshhhcroto. Mas também, grandes merda ae, eu gosto de pegar ônibus (sério), é um preço que tenho que pagar pelos meus gostos estranhos.

Bombou teu post, hein, parceria?
=*

Eliane! disse...

Sim, Amanda, agora vamos lá fazer outro post heheh porque tá difícil heim