quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Sem Título

Para alguém que eu amo muito, em segredo.


Sim, eu te vejo em meus sonhos
Eu me iludo com bobagens
Eu te espero há anos
E te esperaria eternamente
Se não fosse o medo que me provocas
Que culpa eu tenho de te querer intensamente
A mesma culpa que não há neste sentimento ingênuo

Noites a fio
Aqui, eu ao relento
Esperando o que não vem
Esperando talvez que um dia uma melodia será minha
Alguma palavra será doce
Tua boca calando a minha

Anjo maldito que habitas o paraíso
Cabelos negros tirados do vento
Sinta-se como ouro
Em seu belo altar selado com sons de antigas canções
Admirado por quem a mim provocas iras inconstantes

Atormenta-me esse vazio impertinente
Essa dúvida cruelmente sustentada
Incertezas jamais confirmadas
Respostas não encontradas
Um gelo que corta, que me rasga

Sim, talvez a cada dia eu me iluda mais
A cada novo fragmento e estrofe eu me apaixone mais
Simples gestos e toques eu me reserve mais
Porque o medo me invade e a coragem esconde as armas
Os teus olhos cravam cada vez mais esse espinho que não sai

É sempre uma espera solitária
Uma flor num campo com seu perfume esperando ser aspirada
Algum dia ser amada
Esperando ser tocada pelas mãos que me despertam de sonhos atrapalhados
Situações mal explicadas
Que confundem minha mente atordoada

Guardo comigo apenas lembranças
Pois eram apenas tristes coincidências
Fatos que não se repetirão
Vontades que nunca se saciarão


Calo-me na dor da perda
Perda que nunca havia ganho
Outras mãos o tocam com tanta leveza
Como mereces ser tratado
Por ter sido feito à mão
Tão especialmente imaculado és
Que a ti lhe reservo poemas feito canções

Canção por mim concebida
Escute a suave canção
Algum dia ao pé do teu ouvido
Minhas palavras se tornarão um simples repetir de versos
Mas com toda a emoção que me serás permitida
Pela alegria da vida por ter vivido sempre de sonhos

Meus contos infantis
Que me acompanham com esperança
Fazem de mim alguém que espera desde a partida
Por favor
Sei que és tão elevado para mim
Mas não me empeças de sonhar com tuas belas feições
Deixe-me ser feliz ao menos dessa forma absurda
Dessa forma incompreendida
Insana e surrealista

Desprendo-te de mim
Mas deixo a lembrança do teu sorriso
Leve-a também contigo
Mas o meu quando disseste adeus
Agora o frio que arrepia a pele sabe que os ventos estão longe demais
Para realizar um pedido meu
Querer ao menos uma vez
Saborear um beijo teu

Nenhum comentário: